Brasileiro passa mais tempo nas telas do que dormindo

Brasileiro passa mais tempo nas telas do que dormindo

Sthefano Cruvinel
Sthefano Cruvinel
Redes Sociais
16 Jun 2025
Brasileiro passa mais tempo nas telas do que dormindo

O brasileiro está entre os campeões mundiais em tempo de exposição a telas. De acordo com o relatório Digital 2024, produzido pelo site especializado Data Reportal, o tempo médio diário de conexão à internet no país é de 9 horas e 32 minutos por pessoa, o segundo maior do mundo. O número supera, inclusive, o tempo médio recomendado de sono por especialistas (cerca de 7 a 8 horas por noite), o que significa que o brasileiro passa mais tempo diante de telas do que descansando.

O estudo mostra que o tempo conectado no Brasil representa aproximadamente 57% do período em que a população está acordada. O país supera potências como Estados Unidos, China e Índia:

  • Japão: 3h45 diárias, menos de um terço da média brasileira;
  • Índia: 6h23;
  • China: 5h25;
  • Estados Unidos: 6h59.

O dado contrasta com o acesso à tecnologia: embora o Japão seja um dos países mais desenvolvidos tecnologicamente, apresenta uma das menores médias de tempo de tela. Isso sugere que o uso excessivo de dispositivos não está necessariamente ligado ao nível de desenvolvimento digital, mas sim a fatores culturais, sociais e comportamentais.

Além do tempo geral de exposição, o Brasil também ocupa posições de destaque no uso de mídias sociais. Cada brasileiro acessa, em média, 8,4 plataformas diferentes por mês, ficando atrás apenas da Índia, com 8,7. WhatsApp, Instagram e Facebook lideram o ranking das redes mais utilizadas no país.

Cerca de 4 das 9 horas diárias de tela são dedicadas exclusivamente às redes sociais, e 64% dos usuários de smartphone no Brasil afirmam assinar pelo menos um serviço de streaming.

A tendência é de crescimento. A popularização da inteligência artificial, aliada à produção automatizada de conteúdo, pode tornar ainda mais difícil limitar o tempo de exposição, ampliando o apelo das plataformas digitais com recursos cada vez mais personalizados e envolventes.

Diante do avanço do consumo digital, iniciativas regulatórias começam a surgir. Um exemplo é a Lei nº 15.100, de 13 de janeiro de 2025, que restringe o uso de dispositivos eletrônicos portáteis por estudantes nos estabelecimentos de ensino da educação básica, tanto da rede pública quanto privada. A medida tem como objetivo proteger o tempo escolar e reduzir os impactos do uso contínuo de telas no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes.

Especialistas também apontam a necessidade de uma abordagem mais ampla, que envolva educação digital nas escolas, políticas públicas de bem-estar tecnológico e campanhas de conscientização sobre uso responsável.

O cenário reforça o papel central que a tecnologia ocupa na vida do brasileiro. Ao mesmo tempo, evidencia o desafio de estabelecer limites saudáveis em um mundo onde o digital se tornou onipresente. Equilibrar conectividade, saúde mental e qualidade de vida será uma das tarefas mais complexas, e urgentes, da próxima década.

Fonte: Estado de Minas

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